sábado, 31 de maio de 2008

PARECE FAST FOOD...A MODA DO TUDO PRONTO

Por: Luiz Octavio Barreto*


Virou moda, em uma simples busca na internet você encontra logotipo, site, cartão de visita e muito mais, tudo prontinho é só pagar, pôr o nome da sua empresa e sair usando, mas isso realmente funciona?

Para entender o real problema desta moda, precisamos analisar os riscos.

O primeiro é a probabilidade de outra pessoa comprar a mesma marca que você, o que por si só já é um grande problema e, se alguém registrou a marca, você poderá ser surpreendido por um oficial de justiça à sua porta, se já não fosse o suficiente, imagine alguém se passando por você, com a facilidade da marca pronta, é muito mais fácil a falsificação de documentos e outros. Isso tudo sem analisarmos a questão técnica.

Por outro lado, um designer ou publicitário estuda por anos sobre cores, fontes, elementos, conceitos, tendências etc., etc. e etc., para ser capaz de captar suas necessidades e construir uma imagem que reflita a sua empresa. Com certeza uma marca pronta, mesmo que destinada a alguma área, não será capaz de atender a necessidades específicas.

Os profissionais do ramo têm o árduo trabalho de competir com uma marca pronta que custa muito pouco, menos até que marcas desenvolvidas por garotos que possuem um computador em casa, isso porque são vendidas inúmeras vezes.

Para piorar ainda mais a situação, algumas empresas da área (agências de publicidade, propaganda, estúdios de designers e outros) resolveram também vender marcas prontas em seus sites, provavelmente para tentar minimizar a perda de serviços e tentar alcançar novos clientes. Mas podemos comparar essa atitude “lastimável”, com um fast-food que não tem seus próprios sanduíches, copia todos, igualzinho o da concorrência, sendo ele ruim ou bom!

Agora, cabe ao cliente interpretar e analisar o quanto vale expor seu nome e da sua empresa a situações, no mínimo constrangedoras (imagine-se entregando seu cartão a um colega e ouvindo a resposta: “é igual ao meu!”), ou se vale à pena procurar um profissional qualificado a atender às suas necessidades dando ao seu nome, ou marca, uma característica específica, única que façam com que os seus clientes, (ou possíveis clientes) os identifiquem sem precisar ler todo o cartão de visitas, por exemplo.

Mas isso só ocorre devido à falta de regulamentação. Atualmente, o mercado está inchado em quase todas as áreas, para não dizer em todas. E na corrida por um espaço as empresas tentam encontrar um diferencial, agregar novos serviços aos existentes, é um meio atrativo com baixo custo, mas há uma linha muito tênue entre expansão de serviços e prostituição do mercado.

Quando estamos doentes vamos ao médico, se temos problemas de pele iremos primeiramente procurar um dermatologista, se não sabemos, vamos a um clínico geral e assim seremos encaminhados ao especialista correto. Quando construímos um edifício temos que procurar um arquiteto e/ou engenheiro, e assim em tudo que temos que fazer, e por isso existe cada profissão, médicos, advogados, arquitetos, contadores e entre milhares; porém se alguém se faz passar por médico? A clínica é interditada e o falso médico processado, se fosse um prédio, a obra seria embargada, mais processos... Mas infelizmente nem todas as áreas funcionam assim.

Os profissionais que trabalham com criação: publicitários e designers, por exemplo, disputam uma minúscula faixa de mercado, um leque de poucas empresas dispostas a pagar pelo serviço, mas não é só a questão do valor, pois existem vários profissionais no mercado, cada um com um público alvo e certamente com um valor diferente pelo serviço, mas ainda existem, os “profissionais” sem ética que trabalham por qualquer valor e fazem também qualquer serviço, empresas de comunicação visual, montadores de letreiros, gráficas, etc., que aproveitam a mão de obra da empresa para produzir layouts (criações) para os clientes sem cobrar nada e algumas vezes sem nenhum profissional de criação, com o único objetivo de reduzir os custos da produção, sem contar os inúmeros “intrometidos” que nunca estudaram e trabalham por uma ninharia.

Mas o real problema é a falta de regulamentação, se houvesse regulamentação existiria fiscalização e consequentemente punição. Então cada letreiro, cada folheto, cada criação teria que estar acompanhada do número de inscrição do profissional, se não houvesse, o letreiro derrubado, o folheto recolhido, empresas multadas, assim por diante; como não existe cada um faz o que quer, e nesse “samba do crioulo doido”, o filtro são as empresas, que buscam qualidade para seus serviços e sabem que preço é somente um atrativo e não o fundamental, mas à porta de cada uma dessas empresas, há vários profissionais tentando fazer algum serviço, lutando para garantir seu espaço.

Então pense, um neurocirurgião é uma das especialidades mais complexas da medicina, mas você o contrataria para tratar de um câncer? Da mesma forma que ninguém contrataria o padeiro da esquina para construir uma casa, mas ainda tem empresa que contrata a serralheria especializada em letreiro do bairro para criar. Você contrataria?




*Luiz Octavio Barreto
Designer Gráfico (Skill Studio de Criação)
Contato: contato@skillstudio.nethttp://www.skillstudio.net/ • (22) 8112-8210


Valorize a sua empresa, seu serviço ou o seu produto, procure empresas e/ou profissionais indicados para cada necessidade.






Nenhum comentário: